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DIVERTICULOTOMIA DE ZENKER

A diverticulotomia de Zenker representa uma abordagem endoscópica para tratar um distúrbio do trato digestivo superior caracterizado pelo divertículo de Zenker. Este distúrbio é relativamente raro, adquirido e afeta principalmente indivíduos mais idosos, atingindo seu pico de incidência na década de 70.

A origem precisa desta condição, que envolve o desenvolvimento gradual de uma “bolsa” na parede posterior da passagem da faringe (localizada na garganta, entre a boca e o esôfago), ainda não é totalmente compreendida.

Essa “bolsa” ou divertículo causa desvio parcial dos alimentos de seu curso normal em direção ao esôfago, resultando em dificuldade de deglutição, conhecida como disfagia. O acúmulo de alimentos no divertículo pode levar à sensação de corpo estranho na garganta, levando o paciente a manobras para removê-lo, seja através de movimentos do pescoço ou compressões manuais externas. Esse distúrbio alimentar pode até causar inibição social, levando o paciente a evitar comer em público.

Em algumas situações, os alimentos retidos e não digeridos podem retornar para a boca, resultando em regurgitação ou ruminação, podendo causar tosse por engasgamento ou, raramente, aspiração para as vias aéreas, podendo levar a infecções nessa região. Persistindo este acúmulo, pode-se desenvolver mau hálito (halitose) e em casos extremos e prolongados, resultar em perda de peso.

O diagnóstico do divertículo de Zenker pode ser suspeitado com base nas queixas do paciente e confirmado por exames de Raio X ou Endoscopia Digestiva Alta (EDA).

O tratamento tradicional envolve intervenção cirúrgica, com incisão lateral no pescoço e fechamento da comunicação entre o divertículo e a faringe, ou remoção completa do divertículo. Apesar de eficaz, essa abordagem cirúrgica está associada a uma taxa significativa de complicações, requer um período de recuperação extenso e apresenta riscos de mortalidade. Por outro lado, os métodos de tratamento endoscópico, mais recentes, evitam incisões externas, proporcionam recuperação mais rápida, com eficácia comparável, menor taxa de complicações e risco reduzido de mortalidade. Tanto a Otorrinolaringologia quanto a Gastrenterologia empregam métodos endoscópicos, sendo que os gastrenterologistas utilizam endoscópios flexíveis semelhantes aos usados em uma EDA. O tratamento envolve o corte dos tecidos que formam uma divisória entre o divertículo e o esôfago, permitindo um fluxo desimpedido dos alimentos para o esôfago.

O resultado esperado do tratamento endoscópico é a resolução das queixas da maioria dos pacientes, com melhoria substancial em alguns casos, embora possam persistir sintomas mais leves. Alguns pacientes podem experimentar recorrência após uma melhoria inicial, especialmente nos primeiros três meses, podendo se beneficiar de tratamentos adicionais.

A preparação para o procedimento é semelhante à da Endoscopia Digestiva Alta, podendo ser necessário jejum prolongado ou dieta líquida na véspera para garantir que o divertículo de Zenker não esteja cheio de alimentos no dia do exame.

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